domingo, 3 de novembro de 2013

Texto Autobiográfico

 Em meados do século XX, muitos portugueses procuravam melhores condições de vida em outros lugares, nomeadamente em África. A vida estava difícil em portugal, levando assim os meus avós (maternos e paternos) à emigração. Seguindo uma sequência lógica, ambos os meu pais nasceram em Angola, mais precisamente em Luanda. Descrevem aquela terra como um lugar maravilhoso, entre o tropical e o exótico, onde se vivia em liberdade e em contacto permanente com a natureza. Ambos admitem, com grande tristeza, que aquela terra já não existe, alterando-se drasticamente após a guerra colonial. Ironia das ironias é o facto de se virem a conhecer a milhares de quilómetros da capital angolana, em Lisboa e de  descobrirem  que as suas famílias já se conheciam anteriormente.
 Dia 1 de Fevereiro de 1998, São Domingos de Benfica (hospital da cruz vermelha) assiste ao meu nascimento, 90 anos após o regicídio de D.Carlos (1 de Fevereiro de 1908). Filho do meio até aos presentes dias, caracterizo-me como puramente português, apesar de os meus pais nascerem em África e a minha avó paterna ser Francesa. Daqui surge um dos meus nomes, o Varaine, sendo que outra das grandes ironias da minha vida é nunca ter optado por aprender Francês, mas sim Espanhol. Mas antes de tudo isto, 
começo a minha vida escolar aos 3 anos, no Colégio Marista de Carcavelos, embora tenha sempre vivido em Oeiras (Paço D´arcos e Barcarena). É em Carcavelos que eu cresço como pessoa, onde aprendo a ler e escrever, onde realmente me sinto em casa. Passei naquele colégio doze anos, para quem tem quinze corresponde a uma vida inteira. Em 2013, mudei de escola pela primeira vez. Pela frente tinha a Escola Secundária Quinta do Marquês, uma escola que já ouvira falar anteriormente mas não sabia como realmente era. Vinha determinado a decidir o meu futuro, pois sabia que a partir daquele momento tudo já era a "doer", uma vez que qualquer coisa podia decidir a minha vida futura. Foi assustador ter pela frente um sítio completamente desconhecido, adicionado pela má imagem que as pessoas que frequentam os Colégios dão às escolas públicas. Cedo me habituei e percebi que aquela realidade não era muito diferente de um colégio, apenas na questão da nossa autonomia, onde os mais inteligentes optam por estudar e tentar ter um futuro brilhante e os outros optam por "baldar-se" e ter um futuro mais difícil, constituindo a nossa futura população desempregada. O único problema é que os "outros" tendem a pressionar os mais determinados a não trabalhar, pensando que mais tarde vão conseguir dar a volta e enriquecer, talvez casando com alguém rico ou ganhado o euromilhões. Posto isto, estou determinado a trabalhar e a ignorar algumas influências, porque assim sei que poderei chegar onde ambiciono e não ficando mais tarde a questionar-me em o porquê de não ter estudado.

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