quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Quero-te de Branco, Meu Amor

Quero-te de branco,
ou antes modelada
nas roupas que cosesses
das bonecas, nos saltos,
nos baloiços, nos degraus
de uma porta qualquer donde saísses.
Quero-te de branco e intocada,
carregada porém dos anos buliçosos
e das vidas ausentes.
De branco, meu amor,
e de tão branco
que me desses o mundo em luz de sol.

Pedro Tamen, in “Rua de Nenhures”

 No poema “Quero-te de branco, meu amor” o poeta diz que quer que a sua amada apareça perante ele como era na juventude e na infância, «carregada dos anos buliçosos (ou seja, os anos alegres, agitados) e das vidas ausentes  (refere-se ao tempo em que os dois ainda não tinham vivido, ainda eram inexperientes e ingénuos)».

Ele quer a sua amada pura, intocada, («Quero-te de branco e intocada»), diz que a quer «modelada nas roupas que cosesses das bonecas, nos saltos, nos baloiços, nos degraus de uma porta qualquer donde saísses.» - isto são referências aos tempos em que ela era uma menina, pois ele gostaria de tê-la como que saída diretamente da meninice, recém-chegada à idade adulta, antes da vida ter passado por ela. Termina com «De branco, meu amor, de tão branco que me desses o mundo em luz de sol.», e aqui reflete um desejo intensíssimo de regresso à juventude, aos sonhos por realizar, à pureza e à inocência, com a sua amada.

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