domingo, 15 de dezembro de 2013

Este auto foi representado para o Rei Dom João III em Lisboa na manhã de natal de 1527. 
O ponto principal desta peça é o comércio, e todas as cenas se referem a trocas comerciais ( mas todas muito distintas ).
O primeiro monólogo pertence a mercúrio, que é o narrador/ voz da razão. Nesta cena retratam-se os preparativos para uma feira ( Feira das Graças, em honra da virgem ), não de bens materiais mas sim uma feira com o propósito de criticar o pensamento e os costumes da época.
Nesta feira existiam duas bancas, a banca das virtudes, em que os "mercadores" eram representados pelo Tempo e por Serafim ( uma personagem que simboliza o anjo), contra a banca das malicias, que era do Diabo.
O maior alvo da critica feita por Gil Vicente, foi o clero, onde dizia que o clero atual tinha mais interesse nos bens materiais e no poder, do que em cumprir os principio da fé, que tinham que recuar até ao seus antepassados, pois o antigo clero é que era devoto. 
Gil Vicente quis mostrar que o clero era cliente habitual do Diabo, e que tinha dividas para com ele, ou seja foi uma maneira de transmitir a realidade através de um eufemismo. 
O fim da critica, é marcado pela entrega de uma caixa a Roma ( forma como é denominado o clero ) onde se encontrava no seu interior um espelho com a imagem de Maria que ela sim era o exemplo que o clero devia seguir.
Segue-se uma cena de comédia, protagonizada por elementos do povo que tem como intuito animar a corte, e aliviar a critica à sociedade.
Este Auto, tem como objetivo representar o mundo como uma feira, onde há uma disputa constante entre o bem e o mal.

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